Todos os efeitos são recíprocos, e nenhum elemento age sobre outro sem que ele próprio seja modificado. (Carl Gustav Jung) “Quando nos conhecemos, havia uma afinidade tácita que nós não precisávamos comunicar na época; havia uma confiança mútua estabelecida, começava o desafio de nos tornarmos profissionais psi em formação, em movimento. Usar a psicologia na empresa é para o profissional e para a instituição um desafio. Há necessidade de ter domínio de Recursos Humanos, de compreender e dominar as tecnologias, estudar a estrutura da organização – o que é administrar, o que é gerenciar, o que é obter resultados, enfim, um mundo objetivo, prático, aliado ao subjetivo, afetivo, do profissional de saúde que visa não só o desenvolvimento da empresa, mas das pessoas neste lugar. Embora teoricamente exista esse lócus de conhecimento, na prática, Georgiana criou algo onde antes não existia nada: fez a transdisciplinariedade em território novo. Para isso, replanejou e estruturou uma maneira de abordagem onde pudesse diagnosticar e intervir de maneira efetiva, buscando o compromisso de todos os envolvidos, onde existe uma exigência de capacitação intelectual, de domínio de tecnologia, de funções de administração. A Gestão de Mudança tem implicações profundas. Mudança é algo que já traz no nome desestabilização, reorientação, mudança de eixo. Estamos acostumados no ocidente, a tratar a desestabilização como algo ruim, pejorativo, próximo do caos. Entretanto, para podermos alargar nossos horizontes, empreender, expandir, perceber perspectivas e métodos, precisamos “mexer” no que já está pronto. Isso provoca nas pessoas todo tipo de reação; medo, resistência (ativa ou passiva), atitudes contraditórias, incongruências, ruídos na comunicação. É justamente sobre este ponto que incide a arte deste trabalho desenvolvido por Georgiana: levando em consideração o imponderável que é o ser humano, o imprevisível que é estar entre pessoas, fazer com que a função afetiva faça parte desse processo global. Ao incluir as pessoas como parte viva e importante de um todo, promove-se o compromisso, limpam-se os ruídos de comunicação, encontra-se o empenho na tarefa criativa. Enfim, o que Georgiana fez, tal como Antônio Machado descreveu “caminhos se fazem ao caminhar”, faz parte de algo que considero uma arte: a junção da razão e da emoção, criar para as pessoas uma orientação, uma estrutura, um “lugar” para se estar, viver e produzir. Assim, é uma honra e uma alegria fazer parte desta caminhada, falar desta amiga, do seu trabalho, da sua vida e da sua arte. Admiro sua fluidez, sua motivação, sua capacidade de cativar as pessoas, de produzir empatias e engendrar movimento e vida à sua volta. De quebrar padrões e ter ousadia para produzir novos. Da risada solta e da descontração, na medida em que tão bem conhece quem está próximo. Lembro em um evento em uma empresa, em meio aos trabalhos, pegou o microfone e, para minha surpresa, quando dei por mim, os deficientes auditivos estavam dançando contagiados com a dança inventada por Jô! Tal a capacidade afetiva, criativa e agregadora desta profissional que agora nos contempla com esta obra.