O change management é o resultado da aplicação de diferentes idéias provenientes de três áreas: engenharia, negócios e psicologia. Na obra, a autora trata dos processos de mudança organizacional e da intersecção entre a melhoria tecnológica da performance do negócio e a melhoria focada na dimensão humana.
O livro foi lançado pela Nova Prova Editora. Na entrevista, Georgiana apresenta suas idéias sobre como minimizar os riscos e garantir o sucesso nestes processos. Confira.
Em quê consiste a abordagem sistêmica defendida pelo livro que acabas de lançar?
Georgiana Costa: A abordagem sistêmica consiste em visualizar, em um trabalho de Change Management, as várias dimensões que afetam diretamente um negócio, como: visibilidade, estratégias, processos, estrutura, tecnologia, pessoas e cultura, ou seja, abordar um trabalho de gestão de mudança, focando apenas uma ou duas dimensões, não contempla de forma fidedigna a visualização dos impactos e riscos para a organização. Em minha leitura este é um dos insucessos de resultados de muitos projetos.
Como lidar com a resistência dos funcionários à mudança?
Georgiana Costa: Ausência de comprometimento e resistência são sintomas que se sobressaem em projetos de alteração organizacional, principalmente quando as diretrizes que norteiam o processo não são assimiladas e divulgadas, de forma clara no ambiente empresarial.
É relevante munir de informações todos os cargos de direcionamento, para que o processo de comunicação possa fluir com eficiência, tornando o corpo funcional mais seguro, envolvido e comprometido com a mudança.
Como minimizar os riscos de um processo de mudança organizacional?
Georgiana Costa: Os riscos podem ser minimizados quando uma fotografia tangível e fidedigna dos sintomas e restrições do negócio é visualizada. Os gap´s, provenientes desta análise exigem uma empresa amadurecida, para visualizar-se internamente e crescer, transformando suas ameaças em oportunidades. A utilização da ferramenta InterChange GMC, que abordo no livro, indica com clareza as necessidades e possíveis gargalos, dentro da estrutura empresarial, possibilitando planos de ações de contingência para os riscos identificados, de forma planejada e direcionada.
Quanto tempo leva um processo de mudança organizacional, em média?
Georgiana Costa: Varia de um a dois anos, dependendo do porte da empresa, do tipo de alteração organizacional a ser executada, da disponibilidade de recursos e da predisposição da alta administração, na parceria do empreendimento.
Em projetos de implantação de tecnologia de gestão integrada, por exemplo, este tipo de atuação ocorre em tempo integral ao escopo definido, estendendo-se pós Go-live, para refinamento e sustentação da mudança.
Quais as principais dificuldades do processo?
Georgiana Costa: Referindo-se a implantações de tecnologia, acredito que uma das maiores dificuldades é a organização não refletir, anteriormente, sobre seu ambiente, objetivos e processos, partindo para uma solução tecnológica, acreditando que esta será mágica para todas suas dificuldades.
Em processos de fusões e aquisições, nossa experiência demonstra que uma dificuldade está pautada, na assimilação da nova estrutura organizacional a ser formatada e da sua cultura. Predomina a ausência de desenvolvimento das pessoas e suas competências técnicas, funcionais e comportamentais, necessárias ao processo de transformação.
Quais as melhores práticas e novidades no Change Management?
Georgiana Costa: Change Management é um processo sistêmico que assegura o comprometimento e a preparação das pessoas, diante de processos de alteração organizacional contemplando todos os impactos e riscos.
Melhores práticas reforçam uma atuação sistêmica de análise e não focada, cujos resultados mensuráveis e tangíveis, tornam-se materializados, junto aos principais executivos, proporcionando que o subjetivo, o humano tenha prioridade no conjunto de investimentos, em um trabalho desta natureza.
Novidade é que, cada vez mais, as organizações estão dando prioridade para este tipo de leitura, posicionando suas ações em um planejamento estratégico favorável a mudança.
Como o Change Management se aplica à TI?
Georgiana Costa: Hoje em dia a tecnologia suporta a eficiência e velocidade, que as organizações necessitam para manterem-se neste mercado altamente competitivo. As áreas de TI dentro das empresas possuem uma demanda significativa e complexa, prevalecendo uma atuação mais curativa do que preventiva.
Meu conselho para os profissionais das áreas de TI, além de incorporarem uma atuação de Change Management em suas implementações, seria no sentido de garantir que as pessoas estejam à altura dos novos desafios e das soluções tecnológicas planejadas.
Uma reflexão sobre os processos e dinâmica de funcionamento organizacional, aliada as soluções tecnológicas, torna-se relevante para que o sistema suporte a evolução, e não vire a palmatória de todas as dificuldades da mudança.
No livro, você fala de uma ferramenta tecnológica focada no Change Management. Como ela funciona?
Georgiana Costa: No livro apresento a InterChange GMC uma ferramenta que foi desenvolvida por nossa empresa, que é focada na atuação de Change Management.
A ferramenta gera um Mapa de Impacto Organizacional de forma sistêmica visando análise, conhecimento, avaliação e controle de todos os aspectos organizacionais, abordados em processos de mudança, como: implementações de tecnologia, fusões, aquisições, refinamento, mapeamento de processos e aumento de produtividade.